Esta foi, aliás, uma das grandes novidades na edição de 2017, a inclusão de membros do público através de um passatempo aberto e aleatório, no qual foram escolhidos dez contemplados com a oportunidade de participar numa experiência nova e enriquecedora. Ajudados pelos seus respetivos chefes de mesa, estes consumidores comuns revelaram, na sua maioria, ter apreendido noções novas sobre o consumo de vinhos que irão moldar as suas escolhas futuras.
A prova cega de 2017 foi novamente um reflexo daquela que é a tendência observada nas edições anteriores do concurso. Mais referências de vinho a concurso – mais de 600 – e centenas de vinhos provados, todos eles comprovando que dificilmente se encontra à venda, no nosso país, um vinho de fraca qualidade. Muito pelo contrário, em todas as categorias de vinhos, entre tranquilos, fortificados e efervescentes, era notória a elevada qualidade média dos vinhos provados. Portugal, e os seus vinhos, assume-se como um terroir onde a qualidade está praticamente assegurada à partida.
Nomes de hoje e amanhã
Para além de caras que são já familiares nesta fase do concurso, tais como António Ventura, Presidente da Associação Portuguesa de Enologia, ou Bruno Antunes, vencedor do Campeonato Nacional de Enologia em 2015, estavam presentes vários alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e do Instituto Superior de Agronomia, representando a seguinte vaga de profissionais do setor vitivinícola.
Entre as caras mais jovens, destacou-se Ivo Peralta, que foi até há bem pouco tempo aluno da Escola do Estoril. Hoje, o escanção da Fortaleza do Guincho assume-se como um verdadeiro especialista, digno de presidir a uma das mesas de prova. Ivo serve como prova viva de que o setor está bem entregue, com jovens dinâmicos e com os olhos postos na evolução dos vinhos nacionais, tanto no que diz respeito à sua qualidade como também na sua projeção.
Sendo esta a 5ª edição, faz sentido que seja feito um balanço da iniciativa no seu todo. Aníbal Coutinho destaca a consagração de um concurso que se tornou rapidamente numa referência do setor, levando mais produtores a investir na qualidade dos seus produtos e também levando mais longe os vinhos portugueses. Hoje consome-se melhor vinho, e não se pode isentar de “culpa” um prémio que desde o seu início tem como estandarte a democratização do acesso de vinhos de qualidade a um público o mais vasto possível. Os próximos cinco anos serão provavelmente de evolução paralela: a inovação no Prémio Uva de Ouro significará, seguramente inovação em todo o setor e, por isso, mal podemos esperar.