A Prova Cega,
um concurso sem igual

5 dias, 600 amostras de vinho que foram postas à prova. A Prova Cega do Prémio Uva de Ouro chegou ao fim, mas ainda sobra algum tempo para rescaldos. Neste ano atípico, apesar das dificuldades, o sucesso continuou a ser garantido.

Oito edições depois, o sucesso do concurso Uva de Ouro continua garantido. Na Prova Cega deste ano, enólogos, produtores, sommeliers, wine educators, agrónomos e vitivinicultores sentaram-se à volta das mesas de prova para degustar o que de melhor se faz em Portugal. E depois de todos estes anos, o objetivo continua a ser o mesmo: levar até sua casa os vinhos com a melhor qualidade a um preço acessível. Entre vinhos tranquilos brancos, tintos e rosés, espumantes e fortificados, vários foram os vinhos merecedores de medalha. Porém, o Prémio Uva de Ouro é muito mais do que um concurso de vinhos. Reconhecido pelo Instituto da Vinha e do Vinho, esta é uma prova com um elevado padrão de exigência, onde o rigor assumido é também uma garantia de excelência dos vinhos premiados, que estão disponíveis nas garrafeiras das lojas Continente. Um concurso que é também uma forma de celebração da qualidade dos vinhos portugueses.

Um ano de mudança, mas com a qualidade de sempre

Pensar no vinho é pensar em tradições, refeições e momentos. Um simples copo de vinho tem a capacidade de nos transportar para lugares onde já fomos muito felizes e de nos trazer à memória as ocasiões mais especiais. Mas a história deste produto tão português já vem de há algum tempo atrás. Foi com a chegada do povo grego à Península Ibérica que se desenvolveram a viticultura e a vinicultura e foi também no tempo da romanização que assistimos à modernização dos seus processos de cultivo. E da inovação, rapidamente passámos para a emoção. A relação emotiva com o vinho é algo que nos acompanha desde sempre. Sendo um produto que vinha da própria terra, existia um acompanhamento constante que ia desde a produção ao consumo. Acompanhamento esse que se prolonga até aos dias de hoje. Hoje, ao abrir uma garrafa, abre-se também uma página de história sobre o que colocamos dentro do copo: que castas foram utilizadas, como foram cultivadas, como foram podadas, quanto tempo e onde foi envelhecido, qual a harmonia de texturas e sabores…tudo isto nos é passado em cada trago.

E é precisamente para que leve para a sua mesa a melhor história de todas que surge o Prémio Uva de Ouro. Nesta 8ª edição o objetivo manteve-se: ajudar o consumidor a fazer a melhor escolha possível na hora de se dirigir a uma das maiores garrafeiras do país. E depois de 5 dias de prova, com mais de 60 provadores especializados, as conclusões são óbvias: este continua a ser um concurso com um impacto relevante no que refere à escolha dos consumidores. Depois de um ano de pausa, devido à pandemia, este regresso não ficou aquém das edições anteriores. Para Aníbal Coutinho, Coordenador Técnico do Prémio Uva de Ouro, as saudades já eram muitas. “As saudades foram não só minhas, mas sobretudo do júri. O júri saudou entusiasticamente, porque é um júri profissional que percebe o impacto do troféu Uva de Ouro na fileira nacional do vinho. Eu não me canso de referir que uma medalha Uva de Ouro é o símbolo de garantia de qualidade que chega a milhares de consumidores que adquirem os seus vinhos nos supermercados. E nesse sentido é um concurso com um impacto enorme direto na escolha dos consumidores”, partilha.

Barulho de copos a tilintar, de garrafas a serem abertas e um vai e vem constante de alunos com vontade de servir os provadores é algum do barulho ambiente que se consegue ouvir em dia de prova cega. Isto, fora da sala das decisões, uma vez que dentro daquelas quatro paredes o silêncio da concentração e do paladar apurado é tudo aquilo que os nossos ouvidos conseguem distinguir. Durante este período de prova cega, os provadores encontram-se isolados e com uma total ausência de conhecimento acerca dos vinhos que lhes são colocados nos respetivos copos. Assim, de forma cega, são avaliadas características como o aroma, a cor, o sabor, a franqueza, a limpidez ou a persistência, através de um sistema de pontos que define o nível de qualidade do vinho, bem como a sua classificação. E este ano, houve espaço para algumas surpresas. “Nos anos anteriores havia algumas tipologias que estavam um pouco mais atrás, em termos da qualidade percebida, como foi o caso dos espumantes ou dos rosés. E este ano essas médias subiram significativamente. E portanto já não é só o vinho tinto ou vinhos licorosos de Setúbal que obtêm as grandes médias. Hoje em dia é algo a destacar neste concurso. As médias ficaram mais homogéneas em todas as tipologias de vinho”, confessa Aníbal Coutinho. Para o enólogo, estas mudanças são uma prova do impacto do Concurso nos próprios provadores e consumidores. “Neste caso são os provadores que vão atrás dos consumidores. Porque a verdade é que os consumidores, ultimamente, têm escolhido muito o Rosé, por exemplo. Têm escolhido brancos, também. Estas tipologias acabaram por sair um bocadinho de alguma celebração, de algum nicho, para estarem neste momento mais generalizadas em todo o consumo”, acrescenta.

Ainda assim, desta equação que é a escolha do consumidor fazem parte as medalhas atribuídas pelo Prémio Uva de Ouro. Para Aníbal Coutinho esta é uma conclusão imediata. “As medalhas Uva de Ouro são medalhas muito especiais. Porque têm uma comunicação e uma visibilidade que eu diria que nem o maior concurso mundial tem em Portugal. E isso é qualquer coisa que se deve enaltecer. Esta combinação virtuosa entre um grande grupo de media e um concurso que é entusiasticamente acolhido por toda a fileira nacional do vinho”, afirma. Para o Coordenador Técnico, o sucesso deste concurso é inegável. Com 600 amostras que representam mais de 170 milhões de garrafas que todos os dias chegam às mesas de todos os portuguesas, o Prémio Uva de Ouro é “de facto um concurso que tem um impacto transcendente e eu diria muito característico que o diferencia de todos os outros concursos”, remata.

O Regresso em Ouro e Prata

A vinha marca a paisagem como em nenhum outro país do mundo. Vivemos nas terras onde a gastronomia e o vinho são produtos artesanais e culturais que geram riqueza económica essencial, doméstica e exportada. Todos sofremos com a agonizante paragem do mundo sem antivírus. Temos muitos amigos desesperados com o isolamento e desalentados com o futuro. Rezamos por eles, fazemos o que podemos para que saibam que não os esquecemos. Voltaremos a erguer-nos, apesar das incertezas e das muitas dificuldades. Em Portugal, há guerreiros, filhos, netos, bisnetos de guerreiros, gerações seculares com a vinha e o vinho testemunhando as suas conquistas.

Surge a promessa de primeiros frutos do nosso bom comportamento e da vacinação. Em maio, voltámos a sorrir com a abertura das atividades de restauração, hotelaria e turismo. Outro feliz acontecimento foi a realização da 8ª edição do Troféu Uva de Ouro, concurso de vinhos maior, reconhecido pelo Instituto da Vinha e do Vinho, durante o qual um júri de credenciados profissionais da fileira do vinho – enólogos representantes da Associação Portuguesa de Enologia e Viticultura, escanções aderentes à Associação dos Escanções de Portugal, produtores, técnicos de entidades certificadoras e inspetoras como as Comissões Vitivinícolas Regionais Alentejana, de Lisboa e da Península de Setúbal, para além da ASAE, da AVIPE e tantas outras entidades relevantes para a fileira do vinho – avaliou, em total anonimato, as marcas essenciais que enchem mais de 170 milhões de garrafas de vinho e que acompanham a maioria dos almoços, jantares e efemérides das famílias de Portugal.

NESTA 8.ª EDIÇÃO O JÚRI AVALIOU, EM TOTAL ANONIMATO, AS MARCAS ESSENCIAIS QUE ENCHEM MAIS DE 170 MILHÕES DE GARRAFAS DE VINHO E QUE ACOMPANHAM A MAIORIA DOS ALMOÇOS, JANTARES E EFEMÉRIDES DAS FAMÍLIAS DE PORTUGAL.

Após o êxito da operação de logística e serviço, assegurada pelos promissores alunos da Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, as muitas dezenas de medalhas Uva de Ouro 2021 resultarão num forte contributo à descoberta da qualidade superior da produção nacional de vinho e à escolha mais informada e confiável por parte dos consumidores. Para os produtores e enólogos, estas medalhas representam forte estímulo e garantia de que superaremos os medos da pandemia. Porque vivemos para os nossos e em função dos outros, porque rejeitamos o regresso à caverna, voltaremos ao contacto físico e ao sorriso humano, a cores de Prata e Ouro, com aromas e sabores de uma boa garrafa de vinho Português, orgulhosamente portadora de uma medalha Uva de Ouro.