Quando os bartenders mundiais procuram algo de intenso, cheio de carácter e irreverente para criar uma nova bebida que gere furor nas noites de Nova Iorque, Londres e também Lisboa, a resposta cada vez mais frequente tem sido uma que anda nas bocas do mundo há mais de quatro séculos.
O vinho do Porto foi visto durante muito tempo, como uma bebida que servia apenas para terminar uma refeição, quase equiparado a uma sobremesa em si mesmo. E por muito que o seu caráter doce possa explicar isso, a verdade é que coexistem múltiplas facetas no vinho Porto, desde bebida casual, durante um convívio, ao essencial acompanhamento das sobremesas doces e de alguns queijos, passando pela sua revelação em inúmeras bebidas compostas.
É cada vez mais popular a utilização de vinho do Porto em vários tipos de cocktail, pensados para antes ou depois da refeição. Por exemplo, o vinho do Porto branco, mais seco, misturado com água tónica dá origem a uma bebida designada Port Tonic que tem tanto de refrescante como de suave e acolhedor. Pode mesmo aromatizar com alguns botânicos, como se de gin se tratasse.
TRADICIONAL REINVENTADO
Mas se é complexidade que procura, saiba que, ainda assim, esta é a vocação clássica do vinho do Porto. Afinal, com a adição de uma aguardente vínica pura e limpa ao vinho feito das uvas de castas tradicionais do Douro, o vinho do Porto capta, como nenhum outro vinho, o carácter profundamente típico do vinho Português, possibilitando a construção de bebidas com maior profundidade e com invulgar capacidade de envelhecimento, tornando-se símbolo de longas amizades e de inesquecíveis partilhas e ofertas – e o Natal está mesmo aí a chegar.
Com ou sem festividades tradicionais, a verdade é que os novos hábitos de consumo de vinho do Porto são tão naturais como a sua alma antiga. Se por um lado a ligação à doçaria conventual é aclamada, experimente fazer uma redução de vinho do Porto para elevar o estatuto dos seus pratos de carne.