Com 8 edições do Prémio Uva de Ouro, considera que os prémios são relevantes na escolha dos vinhos por parte do consumidor?
Observamos, cada vez mais, que os consumidores em Portugal estão mais informados e exigentes. Procuram produtos de qualidade, de preferência nacionais, e os vinhos não são exceção. Antes pelo contrário. Em garrafeiras como a do Continente, em que a escolha de vinhos de qualidade é muito variada, os clientes tendem a comparar e escolher as referências que lhes parecem garantir uma melhor qualidade, ou pela região, pelo produtor, ou pelas menções de qualidade. Um dos fatores que ajudam nesse momento de decisão de compra é de facto de um vinho ser ou não medalhado. Ao conhecer os vinhos que conquistaram medalha de ouro e prata no concurso Uva de Ouro, quem visita as nossas garrafeiras, terá ao seu dispor mais um critério de relevo para apoiar a sua escolha. Esta é já a 8ª edição deste concurso, reconhecido pelo Instituto da Vinha e do Vinho, com medalhas atribuídas por jurados experientes e que ocupa um papel de relevo no sector, com mais de 500 vinhos em prova. O nosso foco é a satisfação do cliente e o nosso cliente valoriza vinhos premiados.
E do ponto de vista dos produtores?
O apoio à produção nacional é um dos pilares de ação do Continente, ainda mais importante num período atípico como o que atravessamos. É essencial dar visibilidade e promover a qualidade dos produtos que são produzidos no nosso país. Na garrafeira do Continente, mais de 98% das referências de vinhos tranquilos certificados são nacionais e representam mais de 98% das vendas anuais. Estes números são o reflexo não só da preferência dos nossos clientes, mas também da forte aposta do Continente nos vinhos portugueses. O Prémio Uva de Ouro é uma das formas que temos de destacar e divulgar a qualidade destes vinhos, premiando o que de melhor se faz em Portugal e divulgando também os seus produtores, das diversas regiões vitivinícolas. Outros exemplos de ações que temos desenvolvido com vista ao apoio à produção nacional, tem sido o alargamento da gama regional, processo que decorre do contato com os produtores locais, da prova destes vinhos e da posterior colocação dos seus produtos nas lojas dessa região. É uma forma de desenvolvimento da economia local, desenvolvendo assim as cadeias de abastecimento mais próximas. Destacaria ainda os nossos espaços de Cave onde proporcionamos aos nossos produtores espaços diferenciadores para exporem os seus vinhos de maior notoriedade e as suas gamas mais elevadas.
Observam uma evolução no consumo de vinho em Portugal nos últimos anos?
O vinho é cultura, é tradição, promove a reunião de famílias e amigos e por isso ocupa um lugar de destaque no consumo em Portugal, que tem sido consistente ao longo dos anos. O que notamos na evolução da forma como o cliente escolhe os seus vinhos é a crescente relevância de questões como a sustentabilidade, a origem dos produtos e a produção nacional. Observamos por exemplo um maior interesse por vinhos biológicos e até vinhos vegan, por vinhos regionais, de pequenos produtores, mas também um maior interesse em explorar novas regiões e vinhos que tradicionalmente tinham níveis de consumo mais reduzidos, como os rosés ou mesmo os brancos. A curiosidade sobre os vinhos, sobre as suas histórias, também nos parece ser cada vez mais um ponto relevante para os clientes. Querem saber mais sobre cada vinho e sobre como o devem consumir, quais as melhores harmonizações. Com vista a dar resposta a esta procura, este ano os Prémios Uva de Ouro irão disponibilizar diferentes conteúdos, dicas e curiosidades sobre vinhos.
Dado tratar-se de um concurso que incide na gama de vinhos da Sonae, pode partilhar como é feita a seleção desta gama?
A gama de vinhos das garrafeiras do Continente é muito diversificada e todos os meses nos chegam novas propostas de diferentes regiões e produtores. O nosso dia adia é também caraterizado pela procura de novidades, que antecipem tendências e que deem resposta ao que o cliente procura. O primeiro e principal aspeto que é tido em conta no processo de seleção destas propostas é a qualidade. Para avaliar a qualidade dos vinhos, contamos com um painel de enólogos que todos os anos prova cerca de duas mil amostras, em prova cega, em espaços próprios para o efeito. Desta forma, garantimos que todos os vinhos são avaliados de forma idónea e que as referências que chegam às nossas prateleiras correspondem às melhores propostas de valor, ou seja, com uma excelente qualidade e ao mesmo tempo com um preço justo para esse posicionamento.