A tarefa é de uma complexidade elevada, mas a experiência de várias edições passadas ajuda a compensar o nervoso miudinho de quem pela primeira vez se envolve com uma prova desta dimensão. Por um lado, a supervisão calma de Aníbal Coutinho, o enólogo que há vários anos é coordenador técnico da prova cega do Prémio Uva de Ouro. Por outro lado, o entusiasmo de um grupo de estudantes da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), que passaram um fim-de-semana a ajudar com a catalogação de milhares de garrafas de vinho, absorvendo uma experiência que poderá moldar o seu futuro académico e profissional.
Com um mapa bem desenhado num quadro da escola, a divisão entre tipos de vinho e as suas regiões facilita a disposição da garrafas numa sala vazia que rapidamente se enche. Transportar as garrafas é apenas um de muitos passos, que incluem a listagem e rotulagem das garrafas, tudo para que depois, mais tarde, os vinhos que contêm possam permanecer anónimos, como ditam as regras, nacionais e internacionais. Afinal, este é um concurso de vinhos reconhecido pelo Instituto da Vinha e do Vinho, e o rigor é essencial.
Uns metros ao lado, uma sala com uma atmosfera mais calma, com mesas bem arrumadas, conjuntos de copos dispostos com precisão, as cuspideiras que causam surpresa aos que desconhecem os procedimentos das provas cegas, e as tão importantes folhas de prova. Os dados que serão ali anotados ditarão quais os vinhos merecedores de medalhas de Prata e Ouro, segundo critérios rigorosos, os mesmos que pautam os maiores concursos de vinho mundiais.