Os vinhos do Porto são produtos que marcam e fazem parte da história da região. Porque houve necessidade de criar a Região Demarcada do Douro?
A crise comercial de meados do século XVIII levou, por pressão dos grandes vinhateiros durienses, à instituição da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. No dia 10 de Setembro de 1756, Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, fundou a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Ao definir a zona de produção e regular a produção e venda do Vinho do Porto, criava a região demarcada e regulamentada mais antiga do mundo. O Marquês de Pombal com a sua visão inovadora e perspicaz, foi o primeiro a esboçar os termos dos direitos de propriedade intelectual relativos a um território, plantando assim a semente do conceito de uma Denominação de Origem. Marquês de Pombal definiu normas específicas para um comércio, elevando um produto de interesse doméstico a um produto que se tornou mundialmente famoso. A criação da Companhia constituiu um marco histórico mundial, ao introduzir o conceito de uma denominação de origem apoiada por uma demarcação geográfica, bem como uma série de normas e regulamentos. O Douro Vinhateiro tornava-se assim a primeira Região do mundo demarcada e regulamentada.
Qual a diferença entre um Vinho do Porto da família Ruby e da família Tawny?
Os vinhos da família Ruby são vinhos em que se procura suster a evolução da sua cor tinta, mais ou menos intensa, e manter o aroma frutado e vigor dos vinhos jovens. Os vinhos das melhores categorias, principalmente o Vintage, e em menor grau o Late Bottled Vintage, poderão ser guardados, pois envelhecem bem em garrafa. Os vinhos da família Tawny são obtidos por lotação de vinhos de grau de maturação variável, conduzida através do envelhecimento em cascos ou tonéis. Os aromas lembram os frutos secos e a madeira; quanto mais velho é o vinho mais estas características se acentuam. As categorias existentes são: Tawny, Tawny Reserva, Tawny com Indicação de Idade (10 anos, 20 anos, 30 anos e 40 anos) e Colheita. Quando são engarrafados estão prontos para serem consumidos.
Cada vinho possui uma harmonização gastronómica específica. Qual a melhor harmonização gastronómica dos vinhos do Porto?
Apesar de ser muitas vezes consumido em ocasiões especiais, não há razão para fazer cerimónia ao beber Vinho do Porto. A diversidade de tipos de Vinho do Porto confere-lhe a singularidade de se adaptar a todos os momentos, tendo só como limite a imaginação. Amêndoas torradas, azeitonas e canapés de salmão fumado podem ser acompanhados por Porto Branco aromático, ou um Porto Rosé frescos. Já no que toca a sobremesas e ao aroma do vinho, há opções distintas para Tawnies e para Rubies. O Porto Tawny é mais adequado para combinações com aromas a especiarias como a canela, com caramelo e frutos secos. No caso dos Rubies, a maridagem aromática pende para os frutos vermelhos (morangos, cerejas, framboesas), frutos pretos (amoras, groselhas e mirtilo) e chocolate.