UVA DE OURO 2022 | PROVA CEGA

A qualidade do vinho português voltou a estar em destaque na Prova Cega da 9ª edição do Uva de Ouro

Mais um ano, mais uma prova de vinhos de um dos maiores concursos nacionais de vinhos reconhecido pelo Instituto da Vinha e do Vinho. Foram 600 as amostras avaliadas da gama de vinhos das garrafeiras das lojas Continente

Quando planeia um almoço entre amigos ou um jantar intimista com a cara-metade, há uma coisa que não pode faltar: o vinho. Mais do que uma bebida, é uma ponte que une as pessoas. Porém, quando se dirige à sua loja Continente de preferência, depara-se com centenas de opções. Que tipo de vinho vai melhor com a lasanha? Qual a região e casta com o sabor mais interessante?

Para que o consumidor seja capaz de responder a todas estas questões, é preciso estar bem informado. Como um aluno, o cliente tem de aprender a escolher o que quer e precisa, no meio de tanta oferta de qualidade produzida em Portugal. Foi por isso que, a 31 de maio e 1 de junho, voltámos à sala de aula, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril.

Quem atravessa o portão e sobe as escadas da instituição formadora dos futuros profissionais nos setores da restauração, turismo e hotelaria não fica indiferente aos risos dos estudantes que enchem os corredores. À medida que se caminha até à Sala Estoril, porém, tudo muda. Ali reinam o silêncio e os vinhos. São centenas as amostras dadas a provar a mais de 80 especialistas, divididos por dois dias de Prova Cega. É isto que faz do Prémio Uva de Ouro a maior e mais importante competição de vitivinicultura em Portugal.

A 9.ª edição dos prémios Uva de Ouro juntou mais de 80 provadores especializados – enólogos, wine educators, sommeliers, investigadores e alunos – na Prova Cega, onde foram avaliadas 600 amostras de vinho. “As medalhas Uva de Ouro são muito requisitadas pelos consumidores e as mais conhecidas em Portugal. As grandes casas e produtores nacionais estão neste concurso para obter esta distinção”, afirma Aníbal José Coutinho, Diretor Técnico da Prova Cega.

Sem conhecerem quase nada sobre a origem das brilhantes bebidas nos seus copos, o júri pontuou-as com base em critérios de aroma, cor e sabor. “Há uma total organização e rastreabilidade. No Uva de Ouro, o anonimato é a 100%. Somos o único concurso em que nem a garrafa vai aos provadores. Todos os vinhos são servidos do jarro. Este ano, nem a data de colheita foi à sala”, garantiu o Diretor.

Apesar do grande número de garrafas a concurso, apenas 30% pode receber medalhas, segundo as regras do Instituto Português da Vinha e do Vinho, entidade que reconhece a legitimidade do concurso. Por isso, cada produtor compete pelo ouro e pela prata e é na sala de provas onde tudo se decide.

Porém, quem se fica pela Sala Estoril esquece-se que, a poucos metros ao lado, há uma divisão onde alunos da instituição se certificam de que os vinhos corretos chegam em condições às mesas certas. Para organizar uma prova cega ao nível Uva de Ouro, disse Aníbal Coutinho, “é preciso muita paciência, muito rigor, muita coordenação”.

Sentado numa mesa, rodeado de alunos a segurarem garrafas de todas as cores e feitios, o Diretor Técnico faz uma primeira prova, para se certificar de que não existe qualquer defeito.

A comprová-lo esteve Vera Casanova, especialista de categoria de Wines & Spirits da MC e uma das juradas na Sala de Provas. Agora que mais uma Prova Cega chegou ao fim, está na hora de pôr os olhos no futuro. Especialmente, nas novas tendências de consumo de um produto que está cada vez mais na moda para as gerações jovens.

“Nos últimos anos notamos uma maior curiosidade dos consumidores por vinhos biológicos, vegan e com menos teor de álcool. O mercado é dinâmico. O que os clientes procuram hoje pode não ser o que procuram amanhã”, avança Vera Casanova, que, sem querer, resumiu a missão da Prova Cega 2022: valorizar a tradição e ambicionar a inovação.