Se por um lado os enólogos são profissionais com experiência e capacidades sensoriais bem treinadas, por outro lado, para garantir a isenção de uma prova cega, é imperativo que partam para a avaliação com uma total ausência de conhecimento sobre os que lhes está a passar pelo palato.
Sabem, obviamente, alguns aspetos sobre o vinho: a que categoria de vinho corresponde (entre tranquilos, efervescentes, fortificados, etc), se é branco ou tinto, e o ano de colheita. De resto, são tomadas todas as medidas possíveis para ocultar dados que possam indicar a proveniência dos vinhos a concurso, nomeadamente rótulos e garrafas, sendo todos os vinhos decantados numa sala isolada e de entrada permitida apenas aos envolvidos na organização.
Variáveis como a franqueza, a limpidez ou a persistência são consideradas, sendo posteriormente atribuídas pontuações a cada uma das variáveis e encontrado o somatório. O valor final, que oscila entre os 0 e os 100 pontos, define em que patamar de qualidade se encontra cada vinho e se é merecedor de medalha.
A prova cega do Prémio Uva de Ouro segue criteriosamente todas estas medidas, de acordo com as indicações do coordenador da prova – o enólogo Aníbal Coutinho – e em linha com as diretrizes internacionais para concursos de vinhos. As medalhas que atribui destinam-se a vinhos com pontuações acima dos 80 pontos no caso dos vinhos merecedores da medalha de “Prata”, sendo atribuída a medalha de “Ouro” a vinhos com pontuações superiores a 90 pontos.